sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Faroeste caboclo da engenharia

O cara teve tempo e criatividade!!!!!
Vale a pena ler, é muito engraçado...

(leia com o ritmo da música "Faroeste Caboclo")
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Cheio de medo, em setembro, Joãozinho viu que os dedos tremiam pra fazer a inscrição Deixou pra trás a namorada, a motoca, o futebol e as festinhas pra rachar na revisão Quando criança só pensava em ser engenheiro Ainda mais com o dinheiro que sonhava em ter na mão Era o CDF lá do colégio onde estudava
e todo mundo admirava o boletim desse cuzão Ia pra igreja só pra rezar pro seu santo pra pedir a sua ajuda pra prestar vestibular Sabia mesmo que ia ser barra pesada porque tinha muito japa pra tomar o seu lugar
O ano todo se propôs a estudar, passava o dia inteiro sem ligar televisão Nos feriados não ia viajar
tinha que ficar em casa pra treinar a redação Fazia todos os exercícios da apostila e no fim de cada aula ia falar com o professor Às quinze horas ia pro laboratório, ver as mitocôndrias da aula anterior Não entendia como o militarismo dominou o seu país por vinte anos de terror Ficou cansado de tentar achar resposta
e desceu pra lanchonete pra afogar a sua dor E lá chegando, foi tomar um cafezinho, encontrou um concorrente com quem foi falar. E o concorrente aumentou seu desespero, pois manjava muita coisa que ele tinha que estudar. Dizia ele: "Eu vou prestar o ITA, neste país prova pior não há. E se não der, eu vou pegar Engenharia aqui na Poli eu vou tomar o seu lugar" E João não gostou dessa proposta, ele disse "Ai, que bosta! Tô começando a passar mal" Ele ficou bestificado de pegar a lista de espera só depois do Carnaval Meu Deus, pode ser pior ainda, no Ano Novo eu posso estar lá na Mauá É brincadeira querer ser Engenheiro e só descolar emprego em Taguatinga Na Sexta-feira ele morria de vontade de correr para o banheiro, se borrando de terror Ele estudava o relevo da Bolívia, Função Quadrática e também a Modular E nos domingos, então ele fazia Tarefa mínima e Complementar E Joãozinho até a morte se esforçava e o tempo mal sobrava pr'ele se alimentar E via às duas horas o Vestibulando que passava todas as dicas sobre o vestibular Mas ele não queria mais conversa e decidiu que em novembro era hora de rachar Ele pirou que precisava estudar tanto, virou um bitolado e começou a delirar E logo, logo os malucos da sua idade viram a calamidade: "Tem babaca novo aí!" E o nosso Joãozinho ficou louco e acabou batendo em todos os japoneses dali Seus amigos, preocupados com a sua sorte, deram uma fita de Rock pr'ele relaxar Mas de repente, sob a má influência dos Boyzinhos lá do fundo, começou a zoar Já na primeira fase ele penou e só passou porque o corte foi 43 Limite, Integral e Derivada, vocês vão ver, vou resolver vocês... Agora Joãozinho era fodido e estava decidido que não ia se dar mal Sacava toda a Trigonometria e manjava de Limites, Derivada e Integral Foi quando conheceu uma menina e de toda aquela zona ele se arrependeu Maria Lúcia era uma bitola linda e o coração dele pra ela, Joãozinho prometeu Ele dizia que devia estudar, pois Engenheiro ele queria ser Maria Lúcia pra sempre eu vou te amar, Engenharia com você quero fazer... O tempo passa e um dia chega a hora de fazer Segunda Fase, coitadinho do João E ele faz uma prova perigosa e diz que espera uma resposta, pode ser um "Sim" ou "Não"
Não vou correndo pra banca de jornal, nem pro pátio do cursinho, Isso eu não faço não. Pois eu prefiro ficar na minha casa, esperando o resultado com o cú na mão Maria Lúcia vai comprar o tal jornal e logo após achar seu nome, ela procura o de João Mas ela volta com tristeza no olhar, olha pra ele e diz: "Você pegou a Quinta opção" Você passou na sua Quinta opção, Você passou na sua Quinta opcão, Bacharelado em Matemática é um Tesão, eu vou sofrer as conseqüências como um cão Não é que Joãzinho estava certo, seu futuro era incerto, mas foi se matricular Matriculou-se e no meio da zoeira, descobriu que tinha muitos como ele no lugar Fez inscrição para o remanejamento, e talvez no fim do ano, transferência ia tentar E João mantinha a esperança de um dia conseguir uma vaga na Poli Química Mas acontece que um tal de Tadeu Moretti,
terrorista de renome apareceu por lá Ficou sabendo dos planos de Joãozinho e decidiu que com suas notas ele ia se ferrar E ele teve que largar Cálculo 2, mesmo sabendo derivar e integrar E decidiu então deixar para depois que o Taneja voltasse a lecionar O tal Moretti, professor mais sem vergonha, com sua prova enfadonha fez todo mundo dançar E reprovava calouros inocentes e o nabo era tão quente, que nem dava pra sentar
O Joãozinho há muito não via sua amada e a saudade começou a apertar Eu vou pra Poli, eu vou ver Maria Lúcia, já está em tempo da gente se encontrar Chegando à Poli, então ele chorou quando viu Maria Lúcia namorando um japonês Maria Lúcia, como você mudou... Que estrago que a Poli te fez!! Ahhh!!! E Joãozinho era só ódio por dentro, então o japonês para um duelo ele chamou Amanhã, às duas horas, no Biênio ou na Praça do Relógio, seja aonde for E você pode escolher suas equações, derivadas ou matrizes de qualquer versor Que eu provo que o Sub-espaço nulo é o coração dessa piranha a quem jurei o meu amor Joãozinho não sabia o que fazer quando escutou um papo lá no bandejão Onde falavam dum duelo que iam ver,
dizendo a hora, o local e a razão No Sábado, então, às duas horas, toda a Poli, sem demora, foi lá só para assistir Um japa que botava pelas costas, encoxou Maria Lúcia e começou a sorrir Sentindo um ódio na garganta, João olhou pros cabacinhas e pros trouxas a aplaudir E olhou pros pipoqueiros e as bancas de cachorro-quente, que passavam por ali E, nisso, o céu abriu seus olhos e então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela queria fazer Álgebra 2, pra provar que a Poli não a emburreceu Politécnico, eu sou homem, coisa que você não é e não me contento em por nas costas, não Some daqui, filho da puta sem vergonha, vai pra casa tocar bronha, o seu destino é ser bundão E Joãozinho deu as costas para os dois, foi pra Pura, onde encontrou o seu valor Maria Lúcia se arrependeu depois, prestou Fuvest, mas no IME não entrou E ela declarava que o nosso Joãozinho era gênio que escapou de se foder Que na alta burguesia lá da Poli, todo mundo é bunda-mole, ninguém sabe o que fazer E foi dar monitoria no cursinho pra avisar os molequinhos pra não esquecer
Ela precisa avisar toda essa gente: Engenharia é pra demente que só quer... SOFREEEEER!!!

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